HISTÓRICO DE BARRA DO BUGRES MT

 

Antigo distrito de Cáceres, a história do povoamento de Barra do Bugres está intimamente ligado à aquele município , que teve inicio com as penetrações levadas a efeito no rio Paraguai pelas primeiras bandeiras que subiram o grande rio até suas cabeceiras e posteriormente ,a fundação de Vila Maria , que iniciou efetivamente o povoado da extensa zona que compreendia aquela parte da capitania de Mato Grosso e Cuiabá.

 

Se Cáceres evoluiu freneticamente, graças aos cuidados que lhe dispensou o Capitão General Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres 4º Governador da Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, o mesmo não aconteceu com a região que hoje compreende o município de Barra do Bugres, que ficou isolada, sem mesmo ter as vantagens que decorriam da estrada pioneira Vila Bela da Santíssima Trindade.

 

Somente em 1.878, chegaram os primeiros povoadores da zona onde se plantariam os fundamentos da atual cidade de Barra do Bugres. Naquele ano chegou ali PEDRO TORQUATO LEITE ROCHA procedente de Cuiabá acompanhado de familiares. Ergueu rancho, iniciou o cultivo de produtos de subsistência, e cuidou de explorar as cercanias do local em busca da preciosa poaia com resultados satisfatórios. Um ano depois precisamente em 1.879, chegavam ali PACOAL DE OLIVEIRA CABRAL, que como seu predecessor trazia consigo, camaradas e poaieiros. E assim continuou o povoamento de Barra do Bugres, engrossando ainda mais com a chegada de: NICOLAU GOMES DA CRUZ, MAJOR JOSÉ CASSIANO CORREA, CAPITÃO TIBURCIO VALERIANO DE FIGUEIREDO (Ex-comandante da Guerra do Paraguai, terminada em 1.870), MANOEL DE CAMPOS BORGES e vários outros. Apoiaram-se na Barra onde há o cruzamento das águas do Rio dos Bugres com a correnteza turvosa do Rio Paraguai, cuja forma (V) da vitória reflete a beleza da natureza num reboliço de cores de águas se misturando, da relva verde dos montes escuros e do céu azul. Nesse lugar acamparam se protegendo das intempéries e dificuldades e dos possíveis ataques das tribos da região pertencentes aos UMUTINAS OU BARBADOS. Mais tarde outros exploradores adentraram a região e descobriram outras potencialidades que aqui existiam além da ipecacuanha, como madeiras de lei, borracha nativa, diamante e ouro.

 

Em 8 de abril de 1.896, é criada a Paroquia de Santa Cruz de Barra do Bugres, sob a Lei n º 145, o nome foi escolhido pelos povoadores, com jurisdição em São Luiz de Cáceres, fortalecendo então o já existente núcleo populacional.

 

Grandes eram as festas de Espirito Santo e de Santa Cruz. Uma cavalaria passava de casa em casa com o programa da festa. O pessoal da cavalaria ia mascarados, menos um, José de Campos Borges que lia os programas da festa. Os cavalos também iam fantasiados. Nestas festas bem organizadas havia leilões, quermesses e quadrilhas.

 

Em 1.910 o Governo do Estado através da Assembleia Legislativa, desapropriou das terras de Manoel de Campos Borges 2.000 hectares de terra para a formação do patrimônio e povoamento de Barra do Bugres (Lei n.º 541).

 

A intensa procura da poaia transformou em pouco tempo o vilarejo em adensado urbano sempre acrescido por novos forasteiros que ali vinham buscar fixação, com a desvalorização dos preços da ipeca e borracha, decai a produção e segue um novo ciclo caracterizado na extração de madeiras.

 

Em 1.926, os revoltosos da coluna Prestes escreveu aquela que seria uma triste página na história do município. Pelo menos quinze homens perderam a vida em Batalha as margens do Rio Paraguai, tentando defender a cidade; não conseguiram e a vila foi saqueada e incendiada.

 

O povoamento passa ser um centro comercial e industrial com base na exploração e processamento de madeiras, principalmente o cedro e a peroba, o crescente resultado na exploração das riquezas vegetais do Distrito ficou efetivada através de decreto em dezembro de 1.940com a criação de uma Coletoria de Rendas Estaduais , comprovando o volume de bens ali gerados .

 

Em 31 de dezembro de 1943 a Lei 545 criava o município de Barra do Bugres . O novo município foi instalado em 19 e abril de 1944 coroado a êxito os esforços barrabugrenses, tendo sido nomeado para ocupar a Prefeitura Municipal, o professor Alfredo José da silva.

 

Fonte IBGE

 

 

 

Hino Municipal

 

Letra : Professor Valdemar de Oliveira
Música: Luiz Cândido da Silva

 

Existente qual bela e frondosa
Num cantinho do nosso Brasil
A população já numerosa
Nosso berço sagrado e gentil
É banhada por águas serenas
Revestida do céu cor de anil
É você Barra do Bugres o lema
Que nos torna cristão varonil
  

Salve terra por Deus abençoada
Onde o índio da flora desfruta
Como outrora se fores ultrajada
Nós seremos soldados que luta

 

Eis a Barra do Bugres , eis a terra
Onde os cereais brotam fagueiros
Onde o gado nas pastagens berram
Onde luta o herói seringueiro
Onde a cana nas belas fazendas
Representam imortais pioneiros
E nas matas a mais rica prenda
A poaia o ouro primeiro

 

Salve terra por Deus abençoada
Onde o índio da flora desfruta
Como autrora se fores ultrajada
Nós seremos soldados que lutam

 

Ao passo que Pedro Torquato
Eis a Barra do Bugres na História
Quando Alfredo José nesse fato
Conquistou novo palco da vitória
Hoje em sue seio brilha a grandeza
Ouvem os ecos de gratas memórias
 E nos bosques ao som da natureza
Passarinhos fazem hinos de gloria.